O último mês do conturbado ano de 2008 começa com uma promissora conjunção de Vênus e Júpiter no signo da estrutura, estabilidade e realismo, Capricórnio. O par planetário da abundância, prazer e prosperidade parece anunciar que a frugalidade no consumo e uma postura persistente diante das dificuldades da vida não somente serão bem-vindas, como também prometem bons frutos. No âmbito coletivo, sinal de que soluções testadas e práticas conservadoras serão bem aceitas, produzindo bons efeitos para quem tem ambições. Ou seja: é um começo de mês completamente contrário às orgias consumistas comuns nesta época do ano. Dezembro é o mês em que as conseqüências da crise internacional começarão a mudar comportamento, diminuindo a confiança no que não se tem na mão. Mas a Lua crescente em Peixes, que ocorre em 5/12, vem para adicionar um toque de arte, sensibilidade, sentimento e esperança a este cenário. No mesmo dia, Sol e Marte conjuntos elevam o nível da energia geral, promovendo um pouco mais de debate e ânimo para sacudir os inertes. Para os esportes, este é um ótimo dia. Já para as relações internacionais, inclusive as que o Brasil mantém com países vizinhos, traz problemas, pois anuncia desdobramentos e exaltação daqueles mesmos ânimos mencionados acima.

Mas a semana tensa mesmo de dezembro é a segunda. Começa com a quadratura entre Sol e Urano, anunciando surpresas, reviravoltas e acidentes. Especialmente nas estradas e nos céus do mundo, um período para ir com calma e segurança, checando tudo antes de viajar. Nos outros setores da vida coletiva, igualmente poderemos passar por reviravoltas na política, na economia e nas relações entre o governo federal e os estaduais. A tensão chega ao auge no período de maior polarização do mês, em 12/12, quando Marte forma quadratura com Urano, e Mercúrio completa a conjunção com Plutão, este recém entrado em Capricórnio. Um dos períodos mais explosivos e tensos de 2008 traz a promessa de que é preciso ir fundo no exame dos arcaísmos nas estruturas decadentes, que é fundamental mudar a forma como se comunicam os reais problemas para a população e como é urgente incorporar o novo e o original às crenças arraigadas, que não poderão explicar o quadro de mutação geral que obriga a uma revisão rápida e radical de muitos pressupostos e certezas. Altos e baixos originarão visões heterodoxas, e somente a cultura e a ciência terão avanços importantes sem choques e contradições. A dialética dura dos astros abre portas que fazem pensar.

A apreensão geral começa a diminuir logo depois da Lua minguante em Virgem, propondo a análise objetiva e racional dos fatos, tais como eles se apresentaram. Será o início de uma fase fértil para que se possa chegar a conclusões realmente claras e elaborar condutas eficazes para os problemas que estouraram na fase anterior de dezembro, especialmente em relação à comunicação, vias de transporte, relações internacionais e finanças, os três pontos delicados de dezembro. O Sol ingressa em Capricórnio, abrindo o verão no hemisfério Sul em 21/12, ressaltando mais a resistência e a simplicidade do que a prodigalidade inconseqüente. Com o clima mais desafogado e um idealismo e generosidade incipientes dominando a cena - graças a Mercúrio em bom aspecto a Urano e Marte em sextil a Netuno -, o turismo nacional se aquece, trazendo divisas. Há sucesso e prestígio para figuras públicas ligadas às artes e cultura nacional. O Natal acontece num clima bem mais desenvolto e à vontade do que se poderia esperar, mas ainda assim não será uma festa de estouvamentos e aventuras consumistas ou de grandes picos de atividade comercial, com as vendas não devendo ultrapassar o esperado dentro de um quadro destes.

Quando Marte alcançar Capricórnio, ocorre a lunação neste mesmo signo, intensificando a importância de estabelecermos alvos e ambições de longo prazo, pois nada do que for imediatista deve vingar, nem como meio de vida, nem como solução a problemas. O caráter intrépido e controlado de Marte em Capricórnio, signo que exalta o simbolismo guerreiro do planeta, adiciona uma nota de urgência à necessidade de redefinir prioridades nacionais e internacionais. Mudanças nas estruturas de governo acontecerão daí em diante, enxugando aqui e diminuindo acolá, em busca de um esforço comum voltado para propósitos compartilhados. É nesta conjuntura astral de demolição de burocracias ineficientes que terminamos o ano, propondo o tema para ser encampado na vida de cada um de nós, em escala menor. Marte conjunto a Plutão (28/12) intensifica o esforço para desvelar e revelar, desintegrar e atualizar as estruturas que precisarão ser ajustadas à realidade em nossas vidas. E este é um bom tema para reflexão na virada de 2008 para 2009.